terça-feira, 27 de setembro de 2011

O centésimo macaco


Nós somos seres muito preciosos e muito belos para sermos criados apenas por um instante na eternidade. Os corpos que habitamos são veículos perfeitos que escolhemos para movimentar-nos e nos permitem participar da vida e de seu papel no plano material. Entretanto, sucumbimos à ilusão e cremos que somos nosso corpo. Nossa origem remonta a um longinqüo passado, recolhemos desde um tempo infinito nossa herança, esquecemos tudo, chegamos até a esquecer de nós mesmos. Negamos com todas as nossas forças que somos essa criação, negamos o fato de sermos responsáveis pela criação.
Criamos tudo sem cessar e somos o que pensamos. Se imaginarmos em pensamento que nos uniremos a outra pessoa, nosso ser inteiro vibra. Se pensarmos muito na miséria, acabamos por sofrê-la. Se sonharmos com a alegria, ela se tornará nossa. É assim que tecemos nosso futuro. Todo pensamento, todo o fantasma, toda a emoção que alimentarmos engendram um sentimento em nós que é registrado e memorizado em nossos corpos sutis.

Esse sentimento determinará as condições da nossa vida, ele atrairá as circunstâncias que lhe correspondem e que o despertarão, pois ficou armazenado em nossos corpos sutis. Cada palavra pronunciada tece nossos dias vindouros, pois as palavras são sons que exprimem os sentimentos de nossa alma, os quais são também, por sua vez, nascidos dos nossos pensamentos.

Ninguém é vítima da vontade ou dos projetos de qualquer ser humano. Nossa imaginação já se apoderou de um pensamento: “como seria isso se…?”, ou então ela sucumbiu aos seus medos. Ou alguém disse que isso deveria ser assim mesmo e não de outra forma, e nós o tomamos como sendo dinheiro vivo. Nada do que nos acontece é gratuito. São os pensamentos e as emoções que constituem a base de tudo.

Durante milênios, diferentes entidades tentaram fazer-nos entender esse funcionamento – por meio de enigmas, de contos ou escritos – mas a maioria dentre nós recusou recordar-se. Existem poucos dentre nós que estão prontos para assumir sua vida. Mas o cosmos é feito assim, ele é o sistema mais perfeito, mais leal e mais justo que existe. Ele dá a possibilidade a cada um de nós de tornar-nos nós mesmos, seja o que for que pensemos; que somos o indivíduo o mais ignóbil ou o mais feio, o mais notável ou o mais nobre. Colhemos o fruto de nossas palavras. Somos o que pensamos. Quanto mais nos desvalorizamos, mais perdemos de nosso valor. Quanto mais subestimamos nossa inteligência mais nos bestilizamos. Quanto mais nos acharmos feios mais seremos disformes. Quanto mais nos sentirmos pobres mais seremos lastimáveis. Quem é, pois o criador da vida? Nós mesmos!

O que a maior parte dos seres humanos engendra hoje em dia? Nossas maiores criações são guerras, desgraças, esperanças, tristezas, miséria, ódio, discórdia, auto-rejeição, doença e morte. A maioria de nós restringe sua vida, aceitando as idéias limitadas que se tornaram sólidas verdades que formam nossa vida. Portanto, construímos nossa própria prisão. Tantos humanos se isolam toda uma vida porque têm um julgamento sobre tudo, sobre seus semelhantes e principalmente sobre si mesmos. Vivem seguindo uma moda que tem por nome beleza, rodeiam-se de objetos “que fazem bem” para não desgostar seus freqüentadores. Não passam de crianças, vindos ao mundo simplesmente para crescer, antes de perder aos poucos sua vitalidade, tornar-se senis antes da idade e passar para o outro lado.

Nós, grandes criaturas que fomos, eis que nos tornamos carneiros, isolamos-nos nas grandes cidades e nelas vegetamos cheios de medo, com as portas fechadas com dupla fechadura.

Em lugar de viver em alegria e com amor, construímos grandes edifícios e desenvolvemos uma consciência que amedronta. Criamos uma sociedade que regula e controla nossos pensamentos, nossas crenças, nossos atos e nossa aparência. O fogo criador que vive em nós, que tem o poder de apoderar-se de um pensamento e dar vida à qualquer forma que seja, caiu em sua própria armadilha, sucumbindo às crenças, aos dogmas, às modas, às tradições, por causa dos pensamentos limitantes, limitantes, limitantes!

Temos, entretanto, a cada dia, a livre escolha de colocar a serviço do mundo nossos pensamentos, nossa imaginação e nossos sentimentos numa meta construtiva para outros e para nós mesmos.

Demonstrarei para o leitor, pelo exemplo do centésimo macaco, o que acontecerá quando um grande número de humanos tiver atingido um potencial de consciência suficientemente elevado.

Monkey in the sun
Cientistas fizeram experiências numa ilha japonesa com um grupo de macacos. Jogaram para os macacos batatas doces na areia para estudar seu comportamento. Estes espalharam-nas, comeram-nas, mas perceberam o efeito desagradável que a areia produziu em seus dentes. Um deles, mais astuto do que os outros, aproximou-se de um riacho e lavou a batata doce.

Curiosos como são os macacos, os outros observaram-no para ver o que ele estava fazendo. Quando perceberam que ele apreciava aparentemente o gosto das batatas doces sem areia, eles imitaram-no. Quando os pesquisadores atiravam-lhes as batatas os macacos iam lavá-las diretamente no riacho. Noventa e nove fizeram a mesma coisa, menos o centésimo, o Nikola Tesla dos macacos, o único que não ia ao riacho mas no mar para lavar sua batata com água salgada. Este macaco percebeu que ela tinha muito melhor sabor com sal. É então que aconteceu algo interessante: não somente os macacos dessa ilha o imitaram, mas também aqueles de uma ilha vizinha situada a 90 km aos quais foram jogadas as batatas. Eles também, iam diretamente ao mar para lavá-las. No continente, passou-se o mesmo fenômeno.

O centésimo macaco havia liberado um potencial de energia suficiente para que o pensamento atingisse os outros macacos da ilha vizinha. Rupert Sheldrak designa essas transferências de “campos morfo-genéticos.”

Encontramos esse mesmo princípio nas invenções. Verificamos que uma descoberta realizada num país é também freqüentemente descoberta em outro país, sem que os dois inventores se conheçam.

Trata-se aí do mesmo princípio. Pode ser que o primeiro inventor pesquise durante décadas para fazer uma descoberta. Uma vez realizada essa descoberta, o processo de pensamento energético terminado, a abertura está feita e esse pensamento é agora registrado a um nível energético. Para todos os outros pesquisadores que trabalham num projeto semelhante, de agora em diante será mais fácil atingir a meta, pois o primeiro inventor, ou o centésimo macaco, fez a abertura.

Transpondo para o nosso assunto, isso significa que quando um número suficientemente grande de seres humanos na terra houver alcançado um nível de consciência mais elevado, será mais simples para o resto da humanidade chegar a esse ponto. Os pioneiros construíram certo potencial, que se transmitirá automáticamernte para todos os outros; isto também faz parte da lei de ressonância.

A maioria dos seres humanos tem o seguinte raciocínio: Sim, mas sozinho não posso mudar nada! O exemplo precedente demonstra que poderíeis ser vós o centésimo macaco, graças a vossa intuição ou a uma descoberta que ireis fazer. Pode ser que outras pessoas já tenham trabalhado antes de vós para encontrar uma solução de um problema, mas não conseguiram fazer uma abertura. Pode ser que só precise do esforço de uma única pessoa para que os outros encontrem essa solução. Vossa contribuição pode parecer, num primeiro instante, insignificante. Talvez ireis conseguir dominar vosso ciúme ou libertar-vos de uma dependência ou então estais no ponto de fazer uma descoberta?

Também tive a seguinte preocupação: Por que escrever um livro sobre um assunto tabu? Por que deveria eu, aos 26 anos, ter o trabalho de escrever um livro sobre esse assunto difícil, enquanto que outros autores renomados o escreveram sem ter sucesso? Mas é talvez precisamente esse livro, impregnado com todos meus esforços, com todo o meu trabalho, com todos os meus pensamentos e todos os meus sentimentos, que era necessário para que os autores precedentes vissem seu trabalho coroado de sucesso, para que o potencial energético se libere.

É como gota d’água que faz transbordar o vaso. É, portanto, uma gota perfeitamente comum, parecendo-se perfeitamente com as outras, que vai romper a superfície da água e a fará transbordar.

Vede, não é necessário ser absolutamente conhecido ou ser “alguém em particular” para ser um herói. O centésimo macaco não pensou que ele seria o desencadeador do processo.
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extrato de
As Sociedades Secretas
E SEU PODER NO SÉCULO XX

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